Janeiro é o mês da campanha Mundial de Combate a Hanseníase e mês Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, considerada a enfermidade mais antiga da humanidade.
A hanseníase, conhecida também como lepra, é uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria denominada Mycobacterium leprae. A hanseníase não é hereditária e sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada. A doença costuma evoluir lentamente e pode levar até 20 anos para que sinais e sintomas da infecção sejam detectados.
A doença atinge pele e nervos periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas. O alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado ao poder imunogênico do M. leprae.
Atualmente, em todo o mundo, o tratamento é oferecido gratuitamente, visando que a lepra deixe de ser um problema de saúde pública. Países com maior detecção de casos são os menos desenvolvidos ou com superpopulação.
O Brasil ocupa a 2ª posição do mundo entre os países que registram casos novos. Em razão da elevada carga, a doença permanece como um importante problema de saúde pública no País.
Fatores de risco
A hanseníase pode atingir pessoas de todas as idades, contudo é a incidência é maior em homens. Como a doença demora para se manifestar é comum que só nos adultos os sinais e sintomas sejam observados, mas normalmente a hanseníase é adquirida ainda na infância.
Os principais fatores de risco da hanseníase são:
Hábitos de higiene precários (particularmente quanto à lavagem das mãos)
Contato com indivíduos sem tratamento e que apresentem a forma multibacilar da doença.
Fontes: minhavida.com.br, portalms.saude.gov.br e Estratégia Global para Hanseníase 2016–2020 (OMS)
THOMAS F. FRIST E O SURGIMENTO DA SORRI-BAURU
Em 1973 Thomas F. Frist estava morando em Madri (Espanha) com a esposa Clara, quando foi convidado pela American Leprosy Mission (ALM) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) a realizar um estudo em um outro país sobre os obstáculos que impediam a integração socioeconômica de pessoas com hanseníase.
E assim Thomas chegou ao Brasil em 1º de dezembro de 1973, já com a proposta de que o trabalho fosse feito em Citrolândia, área habitacional de pessoas com hanseníase perto de Belo Horizonte. Contudo, houve um convite para visitar Bauru, cidade que na época era próspera e com aproximadamente 200 mil habitantes, várias universidades e sede regional de 28 municípios.
Thomas escolheu Bauru e em fevereiro de 1974 e mudou-se para a cidade que tinha mais potencial e o Hospital de Hanseníase (Instituto Lauro de Souza Lima) com mais chances de se tornar um hospital integrado e um centro de treinamento e pesquisa.
Depois de um ano de muita pesquisa concentrou-se mais nos programas comunitários, na reabilitação profissional e na integração das pessoas com hanseníase a sociedade, em uma época em que os paradigmas necessitavam serem mudados devido ao preconceito à doença.
Embora o hospital e os centros de saúde lidassem com os problemas médicos das pessoas com hanseníase da região, não haviam organizações semelhantes para lidarem com os problemas socioeconômicos dos pacientes como o desemprego, o estigma, a legislação e o isolamento social.
Assim em 1976 surgiu a SORRI, que veio ajudar as pessoas com hanseníase em seus problemas socioeconômicos, como também pessoas com deficiência devidas a outras cousas.
“O início da SORRI foi bem simples. Um sábado à tarde, em 25 de setembro de 1976, na sede da ACIB – Associação Comercial e Industrial de Bauru, um grupo de amigos e colaboradores reuniram-se e discutiram os dados constatados em uma pesquisa sobre as dificuldades e a falta de assistência enfrentada pelas pessoas com deficiência, especialmente as pessoas com hanseníase. Sensibilizados com a situação decidiram criar uma entidade para apoiar esta parte da população na busca por uma vida útil e digna. ” (Relembra Thomas Ferran Frist, idealizador da SORRI-BAURU).
Hoje a SORRI-BAURU trabalha na promoção dos direitos humanos, com ênfase nos direitos das pessoas com deficiência e é referência não só para o Brasil, mas para outros países, desenvolvendo uma sociedade inclusiva, responsiva às necessidades das pessoas com deficiência física, mental, visual, auditiva e múltipla, seja através de seus programas ou de seus produtos e serviços.